O sangue saltou sobre o rosto

Sentiu o sangue jorrar pela cara.

A verdade fria e cortante foi que tinha usado a navalha novinha para se barbear à pressa, antes de viajar.

As patilhas ficaram com diferenças de vários centímetros.

Iluminado por uma fraca candeia, à frente de um caco de vidro, decidiu acertá-las.

Agora ambas se encontravam absolutamente rectas.

O problema foi o líquido vital que saiu da pele, se espalhou pelo espelho improvisado, pela bacia, pelo chão e pelo quarto.

Foi assim, como se houvesse acabado de sair das trincheiras, que se apresentou à mesa da Consoada.

Foi duramente censurado pelos pais e pelos irmãos.

Ignorou tudo.

Devorou o pão, os figos, as favas, as nozes, os damascos, as passas, os bolos e tudo o que havia sobre a mesa.

Pouco lhe importavam as opiniões. Só queria que aquela estação terminasse e regressasse o calor.

Desejava o Sol, os cafés cheios de animação, os almoços ao ar livre a olhar para o Mar.

Aquele tempo de nuvens, de humidade, de casacos compridos e chapéus não lhe dizia nada.

Procurava a Luz!

O Ritual

Imersos na escuridão profunda, espessa e impenetrável, os três vultos avançavam nas trevas.

As enxurradas tinham povoado o caminho de pernadas, paus, pedras e lama.

Charcos dificultavam a progressão.

Os três contornavam, abriam caminho, pontapeavam os obstáculos com persistência.

Conversavam com animação, mas em surdina, respeitando a hora e sem pensar que naquele lugar remoto e sombrio ninguém iria escutá-los.

Ouviam-se os corvos e os mochos ao longe, a canção do rio, o borbulhar das fontes.

A peregrinação nocturna prosseguia, rumo a um monumento milenar oculto entre a vegetação, em paragens onde pessoa alguma se dirigiria.

Chegadas ao seu destino, as três figuras descobriram-se parcialmente.

Do interior dos casacos compridos e escuros saíram três facas longas, três malaguetas de três centímetros, três cabeças de alho redondas e grandes e três páginas de um livro misterioso, cheias de pó e humidade.

As três vozes começaram a soar no silêncio, ainda que não chegassem a ouvidos nenhuns.

— Grande mestre e dirigente de todas as coisas do universo, atendei-nos.

— Aqui te ofertamos três gotas de fogo, três fragrâncias antigas, três páginas do grande livro.

— Nós te pedimos Paz, Harmonia, Futuro.

As três frases foram repetidas três vezes, cada vez mais alto, mas nunca vieram a ser escutadas por humanos.

As três figuras voltaram-se e desvaneceram-se na noite.

Uma nuvem carregada ocultou tudo o que pudesse ser observado na clareira.

Uma estrela brilhou com uma luz fraca ofuscada pela dúvida.

A manhã chegou, três horas depois.

O dia em que Lisboa parou

Nenhuma ideia do que ia acontecer, era isso que se passava na minha cabeça. Era 13 de Dezembro, um dos dias mais chuvosos em Lisboa e em todo o país em muito tempo.

Tinha encomendado um pacote de sete latas de patê na clínica veterinária, na capital, e não era muito agradável pensar que iam ficar lá, sozinhas, até ter oportunidade de passar pelo lugar.

Já que havia tanta água, decidi que o melhor era ir de barco. Com os cacilheiros estava tudo normal, ainda que abanassem de forma razoavelmente emocionante.

Do lado de cá, aparentemente, o Metro de superfície estava parcialmente não operacional.

Na grande cidade, nessa altura, só uma estação do metropolitano não funcionava. Algumas das linhas de comboio terrestre já estavam encerradas.

Para fazer o percurso de Cacilhas ao Areeiro e o regresso, bastou o período entre as oito e cinco e as nove e doze.

Encontrei de passagem a Minha Querida Doutora, na clínica, e uma das gentis auxiliares, além de um dos outros médicos, todos um pouco perdidos com o temporal que assolava o território.

Depois da viagem estranhamente tranquila, estive a olhar para o rio. Um cenário de filme. Águas agitadas, nuvens negras, a Ponte 25 de Abril ao fundo.

Nessa altura, tratou-se de arranjar qualquer coisa (um saco) para me sentar sem me molhar na melhor esplanada de café, de onde se vê a bela e renovada área da estação, e a outra margem; iniciar as infusões diárias de cafeína, fazer as palavras cruzadas e ler o jornal.

A seguir, visitar os meus amigos cães e gatos de loja e de rua que estavam disponíveis para tal, voltar a casa, iniciar o dia de trabalho. E ir acompanhando as notícias de caos, inundações, cheias, cortes de estradas, condicionamentos de transportes. 

Quase como se fosse noutra nação.

Eu, Ocultista

Já devia ter terminado a minha licenciatura, mas ainda demorou uns tempos. Vinte e quatro anos, mais mês menos mês, era a minha idade. 

Tinha tido uma sequência de acontecimentos variados no último ano. Estagiara no Diário de Notícias e na RDP, não conseguia estabilizar o meu início de profissão e andava a fazer cursos no CENJOR, o Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas.

Sabia bem o que queria, mas era muito difícil atingi-lo e não estava contente com isso.

No CENJOR, conheci uma professora de técnicas vocais competente, dedicada e amiga dos formandos.

Dizia que eu era muito mental, pensava demasiado sobre as coisas e a verdade é que nos exercícios de relaxamento corporal havia duas ou três pessoas a tentarem ao mesmo tempo ajudar-me a descontrair, sem sucesso.

Fui ficando amigo da docente, do marido e do filho. Interessavam-se muito por ocultismo, esoterismo e astrologia (numa perspectiva séria e profunda, não a da revista Maria ou da TV Guia).

Fernando Pessoa e a aclamada autora Helena Blavatsky dedicaram muitos anos, e livros, a alguns destes temas.

Vou explicar o que se pode entender por ocultismo e esoterismo, na perspectiva de alguém (eu) que esteve próximo dessa área durante algum tempo.

Trata-se, em parte, de um pensamento, uma filosofia, um caminho, uma forma de viver e ver o Mundo. Tem mais a ver com isso do que com religião, embora tenha o seu lado místico.

Vai buscar alguns princípios ao budismo e a outras fontes. Algo que agradaria facilmente a um agnóstico como eu, que, não tendo certezas sobre a existência ou não de uma (ou mais) Entidades Superiores, mais dúvidas tem sobre o que serão ou como se apresentarão.

A verdade é que nunca aceitei que a vida fosse só isto: Matéria, células, impulsos químicos. Estou mais que certo de que existe mais. E até mesmo muitos cientistas e médicos poderiam provavelmente dizer o mesmo.

Certas correntes esoteristas crêem que existem Seres Luminosos, que se encontram num Plano Superior, e a quem nós podemos, de alguma forma, tentar apelar, fazer aproximar de nós, para ajudar a Humanidade a evoluir.

Os verdadeiros ocultistas que me perdoem por tão grosseira simplificação, mas espero estar a conseguir transmitir uma ideia aproximada destas correntes, que continuo a considerar belas e interessantes.

Ainda participei nalgumas bonitas celebrações rituais, pacíficas e inspiradoras, que apelavam precisamente à aproximação desses Anjos, Espíritos, Seres de Luz, para que viessem colaborar connosco, orientar-nos, guiar-nos, auxiliar-nos no nosso caminho. Foi agradável e enriquecedor.

Só que o problema (o meu) continuava lá: Se sou agnóstico e acredito que tudo isso pode ser, ou não, real, estou sempre à procura de uma espécie de prova. Quero, não apenas crer, mas ver comprovado e Sentir que é mesmo verdade.

Foi assim que acabei por afastar-me do Esoterismo, como me retirei de muitas outras coisas. Não acredito nem deixo de crer. Mas continuo a ter uma simpatia e um carinho especiais por essas correntes de pensamento, que talvez nos pudessem ajudar… E nós, que precisamos tanto.

O Café das Panteras Negras

– Então, como é que foi o seu jantar, a 50 quilómetros, em noite de temporal brutal?

– Olha, então foi as azeitonas, o pão e a salada. E o bacalhau. Paguei 15 euros. Mais a gasolina.

– E o tempo? 

– Bom, só começou a chover já durante o jantar. Devagarinho, devagarinho, mas nunca mais parou.

– Então e o jogo?

–Épá, fomos roubados. Perder assim é muita mau, pá!

No café dos Gatos Pretos as conversas prosseguem, no fim-de-semana do vendaval, dos alertas laranja e da derrota de Portugal.

Indiferentes a tudo isso estão os felinos negros. Este é o lugar das pequenas panteras da cor da noite.

Os donos do estabelecimento alimentam-nos, mimam-nos, esterilizam-nos, tomam conta deles. São entre dez e quinze seres misteriosos e ronronantes, quase todos  de pelagem parecida com o breu.

Há umas, um pouco mais jovens, que residem ali à porta, nas arcadas, protegidas pelas grades – num espaço amplo e seguro onde têm as suas camas e casas de banho. Uma espécie de galeria e refúgio.

É boa gente, aquela que está à frente do estabelecimento, e, claro, adoram animais. 

Já andam por cá há muito tempo. A senhora tem as instalações cheias de decorações natalícias elaboradas por ela, a partir de materiais como rolhas, tampas, plásticos e por aí fora.

Gosto do lugar, acho-o positivo e inspirador, com a sua coluna a rodar a rádio M80 sem exagerar – muito – no volume, e as reuniões espontâneas de vizinhos, um micro-cosmos civilizacional. Inclui uma ou outra criança, alguns jovens adultos, uma boa percentagem de pessoas de meia idade e uma maioria de idosos.

Acabo por ouvir a vida, os dramas e os problemas dos outros, desde a senhora que tem o marido acamado ao homem de 60 anos cujo neto sofre de cancro e pratica desportos aquáticos.

Sempre que há um raio de Sol fico lá fora, para lá do toldo, mesmo que a esplanada não esteja montada, a observar os gatos. No café das panteras negras.

Os nepaleses ensinaram-me a apoiar Portugal

— Então, amigos, torcem por quem?
(Diálogo em inglês do princípio ao fim, no restaurante nepalês mais adorado de Almada)
— Oh, Portugal, Portugal, Portugal!

No dia em que perdemos com a Coreia, os empregados, gerentes e clientes do venerado Base Camp, onde se come optimamente quase de graça e se é tratado como um sultão do Qatar, deram-me umas aulas sobre como apoiar a Selecção das Quinas.

Aquele grupo de gentil e amável malta asiática estava a fazer claque pela equipa de Ronaldo e Ramos com muito, muito mais febre e fervor do que eu alguma vez conseguiria.

Ainda tinha coisas para fazer nesse dia de folga, mas aquilo foi de tal ordem que seria indelicado e desleal sair a meio.

Perdemos, mas os meus amigos orientais fartaram-se de sofrer e eu fiquei a saber como se apoiam os nossos jogadores, com fúria, dedicação e carinho.

O Capitão, segundo dizem os jornais, tem tido atitudes criticáveis nas últimas semanas. Declarações fora do campo, alhadas documentadas nas quatro linhas.

O CR7 é um ser humano, com as suas qualidades e defeitos, os seus acertos e erros. Como o primeiro-ministro, o Presidente da República, o líder da Oposição ou até mesmo as nossas mães, os pais ou filhos de cada um e nós próprios.

Foi um monumento à dedicação e ao talento, o melhor jogador do Mundo, carregou a equipa aos ombros durante anos.

Agora, deixou de ser um miúdo cheio de gás e sangue na guelra, para os padrões da alta competição é já um sénior. Tem dificuldades em lidar com isso, como qualquer um.

Terá tido acções condenáveis, admite-se. Mas fazer do ódio ou amor religioso a Cristiano o Santo Gral, o Alfa e o Ómega da nossa Existência?

Isso parece ter tanto sentido como falar sobre um suposto alegado presumível vídeo íntimo de um outro jogador nacional e perder horas de emissão de telé-lixo com isso, convidando quatro Comentadores para analisar… Nada.

A Gáta que liga a televisão para mim

Procura muito mais o calor, em todas as formas e fontes, durante o Inverno.

A minha pequena pantera negra enrola-se num novelinho na cama peluda e quente apropriada para esse efeito.

Passa longos períodos sobre os meus joelhos enquanto trabalho. Ronrona sem fim, adormece imediadatamente.

De quando em vez contempla-me, estica os bracinhos para o meu peito, faz-me festas na cara com os dedos pequeninos. E tenta agarrar os auscultadores, o microfone, o lenço à volta do meu pescoço…

Há um lugar que o anjinho venera acima de tudo. A Gáta-Gatínha-Bonéquinha pela-se para estar em cima do Router da Internet.

O aparelho tem uns dez centímetros de diâmetro e é quente, escaldante. Para evitar qualquer acidente felino com o dispositivo ou com os fios, está coberto com um pano.

Ás vezes é o único sítio onde consigo convencê-la a comer, tomar os medicamentos ou o líquido Semintra, para a função renal. Passa ali muito tempo.

A minha Amélinha é comprida mas pequena, muito leve e ágil.

Como permanece ali horas, tem que fazer o que os gatos fazem. Volta e meia gira discretamente sobre si mesma para encontrar uma posição melhor, fazendo-o naquele espaço tão exíguo.

O Router está ao lado da televisão, que prende, com o peso, os panos que resguardam todos os cabos dos iminentes ataques felinos.

Vira-se a cada dez minutos… Quase sempre que o faz toca nos botões laterais da TV, minúsculos e difíceis de ver.

Ou seja, está sempre a ligar o televisor. A minha Gáta quer estar informada!

O Tapete Mágico

– Eu tinha três raparigas que andavam atrás de mim. O problema era escolher. Quando decidi, ficámos logo juntos nessa noite e praticamente casados para sempre. A outra deixou de me falar! Acreditas?

Enquanto o homem, com aspecto de trabalhador manual especializado, conta as sagas da sua juventude ao colega mais novo, chega um senhor de 60 e tal anos, ar eventualmente árabe, carregado de tapetes. Decidiu que aquele comensal bem disposto e falador era a vítima perfeita.

Começam a regatear na esplanada do restaurante, entre o café e o digestivo. O operário vai gozando um bocado com o vendedor, brinca muito, mas nunca lhe falta ao respeito. Toda a gente à volta se ri.

Acaba por se decidir por um de cerca de um metro, que parece de boa qualidade. Vai custar-lhe 16 euros.

— É mágico? É por isso o preço?

Pelo meio, já com o artigo pago, liga à esposa.

– Olha, Se Eu Comprar um tapete, achas que fica bem no quarto? Queres castanho ou vermelho? Vermelho é mais bonito, não é?

A escolhar recairá, afinal, sobre o castanho.

Nisto, o comerciante quer convencê-lo a comprar um bem maior, de sala, bastante belo, com figuras e motivos tradicionais. Recorda mais ou menos uma configuração idealizada de tapete persa. 90 euros.

Não me importaria de ter aquela peça esbelta na minha casa, e acredito que possa valer esse número. Mas, hoje em dia, 90 euros são 90 euros…

O comprador, com o seu smart phone, chega à conclusão de que está com net mas sem dados, e não consegue enviar as imagens do artefacto à mulher.

A segunda parte do negócio não chega a acontecer. O ancião ainda se vira para mim, mas não tem sorte nenhuma.

Momentos depois aparece outro agente comercializador, de facas. Chamam-lhe o faquir.

– Não, não, não ponha as facas aí em cima da mesa.
– Então, achas que isto tem peçonha, C., F.?
(Deve andar a ver futebol a mais).

– Oh senhor, escusa de ser mal educado! Disse-lhe para não as pôr aí porque não vou comprar, não preciso, OK?

Vai-se embora, resmungando imprecações e insultos entre dentes.

Quero e não quero!

Crucial no dia-a-dia de um gato é o que a escovagem é. As bolas de pêlos que se acumulam no organismo provocam graves problemas intestinais e no aparelho urinário.

Ao fim de algum tempo, aquilo é como estopa ou material para calafetar, dentro do corpo dos felinos.

Assim, esta actividade não pode ser descuidada.

O que difere, muito, é a forma como cada animal reage a esta tarefa obrigatória.

Três exemplos, tirados da vida dos meus três pequenos que já não estão entre nós.

O Chiquinho, o rei da doçura e da sensibilidade. Este ser negro e etéreo parecia crer que tal rotina era algo criado para o homenagear e agradecer a sua existência, que consituía uma inspiração para quem quer que o rodeasse.

O Jeremias, meigo, fiel, irresistível, divertido e atrevido. Era preciso andar atrás dele, escová-lo um minuto e meio, ir outra vez atrás dele… O trabalho demoraria pelos menos uns dez, quinze minutos.

A Matilde, doce, carinhosa, dedicada, submissa, agradecida. Não apreciava muito que lhe mexessem, pegassem ou escovassem. A melhor hipótese era apanhá-la em cima do micro-ondas quente depois da refeição, ou nalgum lugar em que se sentisse muito segura, e aí talvez tivesse sorte.

Chegamos, assim, a Amélinha (seu nome legal), a Gáta!, a Gatínha, a Bonéquinha.

A pequena pantera mistura o melhor das características dos seus manos que já partiram.

Passa esses dez a doze minutos inteiros a ronronar e a miar… E a esquivar-se, a desviar-se, a afastar-se, a tentar morder a luva específica de borracha usada para o efeito.

Quer ser “tratada” e não o deseja. Agradece e evita. Mostra prazer e contrariedade. Enquanto procedemos a esta saga, vamo-nos deslocando pelo chão, pelos tapetes, pelo micro-ondas, pela máquina de lavar.

Este é um dos muitos e incontáveis momentos em que a vida com a Gatínha é uma Comédia romântica!

A T-Shirt

Gostava muito dela. A minha Tia Eugénia era doce, meiga e carinhosa. Partiu cedo e de forma muito triste.

Uma das primeiras vezes que fui de férias sozinho, recebeu-me na sua casa no Alentejo. Tratava-me como um príncipe, ou o filho que não tinha.

Trazia-me numa taça Estrelitas, que na altura não se sonhava existirem à venda em Portugal.

Aturava a minha adolescência e deixava-me a apanhar Sol no terraço da magnífica casa de praia.

Ofereceu-me uma T-Shirt que retratava Astérix e Obélix a combater o stress, estendidos na relva, com Ideiafix instalado sobre a barriga do segundo.

Décadas depois, tinha o artefacto mais de 25 anos, e era a peça mais antiga que possuía.

A minha então cara-metade e a mãe, duas mulheres sensíveis e delicadas, emolduraram-na, ofereceram-me esse pedaço de arte e mandaram fazer uma nova, igual.

Ganhei um lindo objecto decorativo e evocativo, que está exposto na minha sala e que contemplo diariamente. A T-Shirt ficou pronta para existir durante mais duas ou três décadas.

Sempre que observo o quadro ou visto este dois fantásticos heróis de BD penso na minha querida tia Eugénia.