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Quero e não quero!

Crucial no dia-a-dia de um gato é o que a escovagem é. As bolas de pêlos que se acumulam no organismo provocam graves problemas intestinais e no aparelho urinário.

Ao fim de algum tempo, aquilo é como estopa ou material para calafetar, dentro do corpo dos felinos.

Assim, esta actividade não pode ser descuidada.

O que difere, muito, é a forma como cada animal reage a esta tarefa obrigatória.

Três exemplos, tirados da vida dos meus três pequenos que já não estão entre nós.

O Chiquinho, o rei da doçura e da sensibilidade. Este ser negro e etéreo parecia crer que tal rotina era algo criado para o homenagear e agradecer a sua existência, que consituía uma inspiração para quem quer que o rodeasse.

O Jeremias, meigo, fiel, irresistível, divertido e atrevido. Era preciso andar atrás dele, escová-lo um minuto e meio, ir outra vez atrás dele… O trabalho demoraria pelos menos uns dez, quinze minutos.

A Matilde, doce, carinhosa, dedicada, submissa, agradecida. Não apreciava muito que lhe mexessem, pegassem ou escovassem. A melhor hipótese era apanhá-la em cima do micro-ondas quente depois da refeição, ou nalgum lugar em que se sentisse muito segura, e aí talvez tivesse sorte.

Chegamos, assim, a Amélinha (seu nome legal), a Gáta!, a Gatínha, a Bonéquinha.

A pequena pantera mistura o melhor das características dos seus manos que já partiram.

Passa esses dez a doze minutos inteiros a ronronar e a miar… E a esquivar-se, a desviar-se, a afastar-se, a tentar morder a luva específica de borracha usada para o efeito.

Quer ser “tratada” e não o deseja. Agradece e evita. Mostra prazer e contrariedade. Enquanto procedemos a esta saga, vamo-nos deslocando pelo chão, pelos tapetes, pelo micro-ondas, pela máquina de lavar.

Este é um dos muitos e incontáveis momentos em que a vida com a Gatínha é uma Comédia romântica!

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