Gostava muito dela. A minha Tia Eugénia era doce, meiga e carinhosa. Partiu cedo e de forma muito triste.
Uma das primeiras vezes que fui de férias sozinho, recebeu-me na sua casa no Alentejo. Tratava-me como um príncipe, ou o filho que não tinha.
Trazia-me numa taça Estrelitas, que na altura não se sonhava existirem à venda em Portugal.
Aturava a minha adolescência e deixava-me a apanhar Sol no terraço da magnífica casa de praia.
Ofereceu-me uma T-Shirt que retratava Astérix e Obélix a combater o stress, estendidos na relva, com Ideiafix instalado sobre a barriga do segundo.
Décadas depois, tinha o artefacto mais de 25 anos, e era a peça mais antiga que possuía.
A minha então cara-metade e a mãe, duas mulheres sensíveis e delicadas, emolduraram-na, ofereceram-me esse pedaço de arte e mandaram fazer uma nova, igual.
Ganhei um lindo objecto decorativo e evocativo, que está exposto na minha sala e que contemplo diariamente. A T-Shirt ficou pronta para existir durante mais duas ou três décadas.
Sempre que observo o quadro ou visto este dois fantásticos heróis de BD penso na minha querida tia Eugénia.