Avariou-se o esquentador de casa, há 30 e poucos anos.
Ali entre a década de 1980 e a de 1990 não havia muitas facilidades, para a maior parte da população.
Demorou uns dias até que o tal acessório fosse reparado.
Ao longo deles, o meu eu juvenil achou que era uma coisa interessante tomar banho de água fria.
O aparelho voltou a funcionar, mas continuei pelos duches frescos. Algo que aconteceu durante mais de dez anos. Nem sei quanto tempo foi.
Ao quarto de século, saí de casa e arranjei uma para mim.
Não tive a preocupação de instalar gás e esquentador. Para quê?
As frescuras matinais mantiveram-se.
Na quadragésima década de vida casei-me, civilizei-me e tornei-me um membro menos estranho da sociedade.
Passei, até, a ter fogão, esquentador e gás. Uma maravilha.
Em Abril de 2022 começou a falar-se de crise energética, aumentos, preços estratosféricos…
Decidi cortar alguns euros no orçamento.
Resultado: Desde esse mês, esta pele não toca em água quente, morna ou temperada.
Já não circula nada aquecido nos canos cá do sítio.
O líquido vital passou a contactar comigo diariamente à temperatura ambiente.