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A festa

O Manel e a Filomena foram a uma festa. Uma celebração de malta finória e cheia de nove horas, na Margem Sul, junto à praia.

A festa foi agradável e divertida, e depois, claro, acabou – a meio da noite. O casal não levou carro, para poder beber um copo sem preocupações.

No final do evento privado, uma das pessoas presentes veio despedir-se deles… Mas o seu carro era comercial, por isso não podia dar-lhes boleia para lugar nenhum.

Restava então a tarefa de, a meio da noite, algures na Margem Sul e junto às praias, tentar encontrar algum modo de transporte que os levasse de volta em direcção a Lisboa. Mas isso não foi o que os marcou mais.

O que os deixou estupefactos foi um episódio lateral, cheio de significado. Um dos grupos que estivera na festa passou por eles, já depois do final.

Sabiam que eles não eram dali e não tinham transporte. Tinham lugar para eles.

Não foram capazes de parar e perguntar se precisavam de alguma coisa. Ainda melhor: Ao passarem, fizeram-lhes adeus.

O casal acabou por encontrar uma paragem de autocarros no meio do nada, e um táxi que os levou de volta para Lisboa. E agora, semanas depois, contam esta história a toda a gente que conhecem.

Há pouco tempo, fui às festas de aniversário destes dois amigos. Numa delas, um tipo que se calhar nunca me tinha visto perguntou-me se eu precisava de boleia para algum lado.

Era cedo, estávamos no meio de Lisboa, havia autocarros, metro e táxis para todos os gostos. Mas mesmo assim ele quis saber se eu precisava de ajuda para chegar a casa. Uma pequena diferença de atitude…

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