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Jeremias, o gato sexual

Conheci o Jeremias há meia dúzia de anos. Sempre o considerei, e o chamei, “o meu amigo Jeremias”. O Jeremias não é um gato, é um cão. Embora não goste muito que lhe peguem ao colo, ele adora estar junto ao seu humano, anda sempre de volta de mim, a miar e a arfar para mim, a pedir-me carinho e atenção. Gosta de estar junto da sua pessoa, até nos lugares e circunstâncias mais bizarras…

 

Daí que o Jeremias, embora castrado, seja ‘o gato sexual’… Não só o meu belo e longo Jeremias, mesmo com a sua virilidade interrompida desde cedo, adora andar atrás das fêmeas felinas, pôr-se atrás delas, como que a copulá-las, coisa que, tecnicamente, lhe é impossível, dado não ter os ditos funcionais. Ele faz mais.

 

Sempre que haja momentos de intimidade humana em residência onde ele habite, o Jeremias faz questão de ir lá pôr-se no meio, e assistir a tudo, desde o primeiro momento ao suspiro final, até que todas as partes envolvidas tenham já atingido os seus objectivos.

 

Até parece que, para que tudo decorra dentro do desejável, e para que os participantes alcancem a satisfação procurada, é necessário que o Jeremias possa estar presente, libertando a sua complicada agenda, entre mordiscar a ração, beber a água directamente das torneiras, esticar-se ao sol e dar cabo das duas coberturas que, alegadamente, protegem o sofá da sala.

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