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Stephen King e uma Gáta!

É uma intelectual. Sempre gostou de notícias, jornais, suplementos culturais e clássicos russos, especialmente quando o próprio objecto físico já tem mais de 40 anos, como acontece com alguns cá em casa.

A minha pequena pantera negra também delira com as novidades que acabaram de chegar ao mercado literário. Agradam-lhe páginas com misteriosos odores antigos, ou aquelas que ainda trazem o aroma da tinta fresca.

O que é estranho é que esta edição do livro de Stephen King “O Turno da noite” tem uns dez anos. Não é nem antiga nem extremamente recente. Não cabe nas duas categorias que mais motivam a felina erudita.

Há, porém, qualquer coisa de inquietante nesta obra d’O Mestre que dá a volta à cabeça da minha pequena sombra de olhos brilhantes e pêlo cor de azeviche.

A Amélinha estava outra vez a dedicar-se ao volume, que se encontrava em cima da mesa. Afastei o objecto de culto para o lado e não liguei muito.

Só horas mais tarde percebi. A Gáta tinha feito quatro buracos na capa. Está tão viciada nas histórias insólitas de King como eu. Consertei o estrago com fita-cola.

Agora é que nunca mais posso deixar Stephen ao lado de Amélinha. É que se ela vibra com livros, há uma coisa que a deixa irremediavelmente com os pêlos e as unhas em pé. Fita-cola.

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