Chapéu axadrezado à moda tropical dos anos 1980. Casaco de Inverno.
Senta-se debaixo das nuvens e das arcadas da segunda praça da cidade, ao lado do Café Central.
Começa por cantar o Circo de Feras, (Xutos & Pontapés) Dunas (GNR) e Blowin’n in the Wind (Bob Dylan).
Demoramos a decidir se gostamos da voz do Trovador Solitário.
O Músico Anónimo faz como os profissionais quando tocam uma versão.
Personaliza cada música. Sabemos que estamos a ouvir o tema icónico dos Xutos, está idêntico…. Mas apropriou-se dele, tornou-o seu.
O Cantor da Calçada tem uma característica que o torna diferente do resto dos artistas de rua, e também do espírito do tempo.
Canta e toca sem nenhuma amplificação .
Chegam-nos aos ouvidos a sua voz e o som das cordas. Sem artifícios nem máscaras.
Fui dar uma moeda ao Guitarrista Desconhecido, em agradecimento pelo seu trabalho, e disse-lhe isso mesmo:
“Assim é que é, só voz e mãos para a guitarra, sem amplificações!”.
Estas alma artistica que encontramos debaixo do Sol aos fins de semana provoca um efeito peculiar.
Quando os dias são cinzentos e desinteressantes, ouvimo-lo durante alguns minutos entoando os seus hinos, desta terra ou do outro lado do Atlântico… E parece que as coisas ficam mais brilhantes e sorridentes sob o Astro-Rei.