Parecia que estava tudo decidido.
Havia uma família feliz de dois humanos e três gatos, anjos que asseguravam a felicidade constante lá em casa.
E também a vontade de adoptar um quarto felino, um bebé que viesse completar o quadro.
No hospital, numa gaiola cheia de “macaquinhos” pretos ronronantes, uma pantera mínima e veloz veio logo meter-se com os nossos dedos.
Aí sim, é que o destino começou a trabalhar.
Esta Eusébiazita de unhas afiadas não saltava, voava pelos cantos da clínica, de tal modo que quase a perdíamos logo nas primeiras horas.
Tiveram que se fechar à pressa as portas das instalações antes que o ser do tamanho de uma mão fosse parar à rua.
Era para se chamar Amélia (seu nome oficial), mas nunca quis saber disso.
Com o tempo e o uso tornou-se “Gááta!!”, a sua verdadeira designação.
O tal plano da família feliz de dois humanos e quatro doces entes que miam também foi substituído pela realidade.
Os outros três anjos continuam a proteger-nos, mas agora lá de cima, ali no outro lado, onde são estrelas cintilantes depois de uma vida de amor e carinho dedicada aos seus tutores.
Dos humanos, no lar, resta um.
“Gáátaa!!” reagiu a tudo isso à sua maneira.
Este ser esguio e muito, muito ternurento encontrou a vocação adequada para a sua existência.
A Amélinha vive para observar, ouvir, estudar e acompanhar o seu humano, que sou eu.
Esse é que era o belo e saboroso rumo que estava traçado para ela.
A razão pela qual ela desceu à Terra, a 15 de Agosto de 2012, foi para me fazer feliz.