A Dona A. é uma querida.
Uma bióloga dos seus 50 e tal a 60 anos, com um pequeno e doce cão de 18.
A sua amiga ligeiramente mais nova tem o mesmo nome, um buldogue francês jovem e afectuoso, e não é menos simpática.
Foi A Dona A. que criou aqui os abrigos para os gatos de rua; dá-lhes comida, água, e nalguns casos até os trata.
Desde que mudei de casa para este lugar cheio de anjos ronronantes, aos quais dou comida que sobra dos meus e mais umas latinhas de Gourmet, que a Dona A., volta e meia, me pede ajuda para fazer a manutenção dos abrigos, melhorar e embelezar as instalações, pôr as coisas longe dos olhos de vizinhos intriguistas e mal-dispostos que fazem queixas.
A Dona A., grande conversadora, cientista um pouco céptica quanto à Ciência, é um poço de surpresas.
Ao longo da vida salvou, resgatou e ajudou vários animais.
Em tempos havia uma cadela que vivia numa varanda, pendurada numa trela, sem se conseguir mexer.
Foi dar com ela na rua, totalmente desorientada, e levou-a para uma quinta na província.
A bichita tem hoje 21 anos.
Expliquei à Dona A. que, graças a isto, tem um lugar no Céu.
E o meu apreço para todo o sempre.