Sei sempre quando o meu tigrinho Jeremias está a comer.
É quando a “Gatinhaa!!” acorda, abre muito os olhos cintilantes que lhe iluminam o pêlo cor de azeviche e vai disparada para a cozinha, não para abordar o seu prato mas para atacar o do companheiro mais velho.
Quando me sento no sofá para ver um filme, a minha pantera negra move-se automaticamente. Vem amassar-me a barriga e, depois, ficar sobre as minhas pernas. Até eu me levantar.
Vou deitar-me e é igual. Massaja-me e fica, a noite toda, encostada e enrolada junto aos meus pés.
A Amélinha, seu nome oficial, tem muitas manias perigosas.
Uma das piores é a dos fios.
Andou a roer a extensão do rádio durante algum tempo…
Um dia ouvi uma barulheira terrível na sala. Fui ver e percebi tudo.
Apanhou um pequenino choque, sem consequências, tirando um susto de morte. A veterinária viu-a a seguir e estava tudo bem, embora ainda estivesse em pânico.
Aqui por casa não pode haver à vista fios, plásticos, metais, comprimidos e quaisquer objectos interessantes para esta bolinha de pêlo.
A minha bebé anda sempre metida nestas confusões.
É uma gata de vigilância permanente.
É também, com o seu ronronante Mestre Jeremias, o anjo que me acompanha, me ilumina, me ama, me mima e me acarinha todos os dias, todas as noites, todas as horas, desde há oito anos.
“Gatinhaa!!”, a minha existência faz sentido graças a ti.
Parabéns, fofinha.