Não estava quase nada nervoso. Na verdade, na clínica já me sinto em casa, e quando falo com a Doutora dos Gatos e as auxiliares ao telefone fico tranquilo e despreocupado.
Mas… Ainda não a tinha visto desde a operação, no dia anterior. Lá estava a minha princesa Matilde, ligada ao soro mas completamente desperta, activa e sem vontade de continuar ali, o que ainda iria acontecer por 24 horas.
Estava sossegadinha mas quando cheguei ao pé dela começou logo a miar e a ronronar. Passou uma hora com a cabecinha encostada à minha mão, a dizer que queria ir para casa, receber os miminhos a que tem direito.
Após a cirurgia estava sem apetite. A Doutora dos Gatos e a Sónia estiveram a persuadi-la clinicamente a ingerir uns bons mililitros de comida, “porque o soro não alimenta”.
Tudo isto entre piadas, gracejos, conversas sobre (a estupidez de criar e apurar) raças, a inabilidade geral dos homens na vida, alguns mimos a um buldogue (essa sofredora espécie que não consegue respirar) e festas a uma Yorkshire quatro vezes mais pequena que a Matilde.
Uma terrível guarda que só queria afagos e demonstrações de amor.
Saí da instituição descansado. A minha cinzentinha está bem. Quando já se encontrar em casa ainda vai ficar muito melhor. Minha querida…