Comecei uma formação num call center, com o objectivo de ficar lá a trabalhar. Assim termina um ano e meio a procurar emprego.
Primeiro, ocupei-me a colaborar com uma nobre e altruísta associação que luta contra o abandono de animais de estimação. Depois, passei o tempo a apoiar uma publicação de fins culturais e bairristas.
Ao mesmo tempo, também dei origem a conteúdos de divulgação dirigidos a pequenas e médias empresas. O livro d’O Cronista está quase pronto, só faltam uns ajustes.
Pelo meio, claro, procurava trabalho todos os dias. Na minha área. Nas adjacentes. E em todas as outras. Laborar por 500 e tal euros, para quem procura, não é muito difícil.
Transpirar por mais uns pózinhos que isso… Já não é fácil. Encontrei algumas vagas (fora do jornalismo, claro) que correspondiam a essa descrição. Mas, naturalmente, eram 70 cães a um osso, e o pitéu ficou para outro.
Depois das primeiras cabeçadas, percebi que o meu inglês precisava de ser revitalizado. Foi o que fiz durante mais de um ano, e foi graças a tal que passei neste último processo.
Neste momento sinto uma porção de coisas, e algumas nem as percebo bem. Outras, entendo-as. Passei a experimentar menos angústia e vazio em relação ao longo prazo, e uma ansiedade maior face à mudança e às adaptações no imediato.
Não divisava um futuro no meu horizonte e agora vejo que ele pode desenhar-se. Ainda só lhe adivinho as sombras e os contornos, mas já descortino ali qualquer coisa.
Tenho sido bem tratado pela vida, pelas pessoas, pela sociedade. Está na altura de retomar plenamente o meu lugar na comunidade e continuar a contribuir, também eu, para o bem comum.