É verdade que no primeiro dia de tratamento a “Gááta!!” chegou a casa e aspirou instantaneamente meia lata de patê digestivo…
Mas nessa noite e na manhã seguinte a sua infecção-febre-gastrite não a deixou comer mais nada. Voltámos à clínica, repetiu o anti-inflamatório, o antibiótico e o anti-vomitivo.
E tomou um comprimido para o apetite, com um hilariante efeito secundário. Depois disso, sugou apenas um quarto de lata e umas dentadinhas de ração…
Mas ficou histérica, hiper-comunicativa, não se cala desde que veio do veterinário. Fala, conversa, dialoga e volta a dissertar. Comer é que é mentira.
Imagine-se a minha “Gáata!!”, sempre hiperactiva e demasiado enérgica, com o seu ânimo duplicado. Como se tivesse tomado cafeína. Ou cocaína. Ou ácidos.
A certa altura transformou-se numa minúscula cobra felina e atacou a inocente e frágil Matilde, vítima de todos os outros gatos cá em casa. E entretanto, não se silencia um minuto.
Amanhã e provavelmente Domingo volta à clínica. Entretanto, apesar da insuficiência renal, e ao contrário do seu humano vegetariano restrito, está autorizada a degustar fiambre, frango, peixe, comida para gatos diabéticos, com problemas de estômago, de rins…
O que quer que seja que ela aceite engolir, quase. Tem é que alimentar-se, ou a médica terá que forçá-la.
Um gato não pode estar muitas horas sem o fazer, ou os seus órgãos começam a deixar de funcionar.
No meio de tudo isto, ainda estamos a tentar imaginar se devorou algum objecto indetectável que esteja a afectar-lhe o aparelho digestivo.
Com a “Gááta!!” tudo é possível. Felizmente está nas mãos da Doutora dos Gatos, e é isso que me deixa dormir durante alguns minutos à noite.