Deixei de comer carne (quase). Mas dentro de algumas semanas, esse quase já terá sido ultrapassado.
Tudo começou há duas semanas, quando apresentei o livro Cozinha 100% Vegetal e Saudável, da minha ex-aluna Carina Barbosa. Durante uma semana, estive a pensar no assunto.
Porque é que eu continuava a comer animais? Porque é que eu continuava a pagar, promover e aprovar a morte, o sacrifício, o massacre, a tortura e o sofrimento permanente e absoluto de animais, para satisfazer o meu apetite, sem necessidade de o fazer?
Após uma semana de reflexão – no Sábado passado – tomei a minha decisão. Vou deixar de comer carne, peixe, leite, queijo, iogurtes, manteiga, lacticínios em geral, ovos e mel. Vou, também, esforçar-me para comprar o mínimo possível de produtos que tenham na sua composição substâncias de origem animal.
Há muitas coisas que um não carnívoro pode comer, e a autora do Cozinha 100% Vegetal e Saudável e do Blogue Veggitable é a pessoa indicada para enumerar essa lista infindável. Mas além das clássicas saladas e das sopas podemos consumir tofu, seitan, os diversificados tipos de feijão (incluindo feijão verde), grão, ervilhas, lentilhas, favas, arroz, esparguete, batatas brancas ou doces, cogumelos, castanhas, dezenas de tipos de frutos secos, cereais, fruta, etc, etc.
Pelo meio também descobri o “Mac Donald’s” dos vegetarianos, um lugar onde servem uma dezena de hambúrgueres diferentes sem carne, peixe ou produtos de origem animal, dentro de outros tantos tipos de pão com as mesmas características e variedade. Pão de Tandoori, alfarroba, figo, beterraba… Com todos os hambúrgueres a preços não muito longe dos da referida catedral da fast food, todos totalmente e absolutamente deliciosos, tal como as sobremesas, acompanhamentos e bebidas, respeitando sempre a referida característica na sua composição: Sem substâncias de origem animal.
Outra coisa… A minha mãe, que só não é vegetariana porque nunca conseguirá convencer a tal o meu pai, vai ser a minha maior aliada neste meu novo empreendimento. Até agora, mandava-me tupperweares com a comida que ela o meu pai comiam.
A partir da próxima semana, vai passar a mandar-me meia dúzia de preparados maravilhosos que, em vez de levarem carne ou peixe com o arroz, o esparguete ou as batatas, terão uma mistura de vegetais com grão, feijão, ervilhas, lentilhas, cogumelos ou algum outro alimento igualmente rico e proteico, no lugar do ingrediente carnal. Ao Domingo, quando for visitá-los, também serei recebido com esses pratos. Hoje já provei o primeiro, e era qualquer coisa de extraordinário!
Durante umas duas semanas, ainda vou estar a gastar as últimas refeições de carne que a minha mãe tinha feito para mim antes da minha decisão, que estão ali no congelador e que, para mim, não faz sentido deitar fora. Depois, adeus carne!