“Portugal, C.!!!!!!!!”: Foi um SMS deste género que a minha tia recebeu, graças a um excesso de entusiasmo e boa disposição da minha parte, após um jogo ganho pela selecção portuguesa, depois de muito sofrimento. Numa manhã de Domingo, horas depois, recebia a resposta: “Não tem mal nenhum, mas estavas muito eufórico!”.
O disparate foi aceite com bom humor, e foi sempre assim, ao longo das décadas. É certo que, durante a nossa vida, fomos abençoados com uma mãe que vale por duas e um pai de igual calibre. Mesmo assim, ainda tivemos direito a uma segunda mãe: A minha tia.
Lembro-me das anedotas, das histórias, das gargalhadas, da boa disposição, do carinho e da ternura da minha tia-mãe. Volta e meia, manda-me um SMS a recordar-me da sua presença protectora e a dizer que me adora muito.
Viveu duramente, com mais do que um emprego, a melhorar a existência dos seus doentes, o ambiente dos sítios onde exercia a profissão e a assegurar que nunca faltava absolutamente nada aos filhos. Ainda apoiava e ajudava os meus pais, a mim e à minha irmã, sempre que fosse necessário… Ou que ela achasse que era oportuno.
Já não trabalha oficialmente, mas tem, a tempo inteiro, a ocupação de ser avó de uns quantos netos, que crescem sob a sua asa carinhosa.
Os miúdos devem divertir-se tanto como eu, a minha irmã e os meus dois primos fazíamos há umas três décadas e picos. Quando dávamos cabo de uns quantos baldes de pipocas, e mais outras tantas caixas de Ferrero Rocher, durante uma tarde, enquanto os meus pais e os meus tios punham em dia a conversa de algumas semanas ou meses.
Os dias da minha tia, o terceiro pilar da minha vida, deviam ser um bocado mais descansados agora… Mas ela nunca soube como fazer isso!