“Oh, senhôra, ainda não ligaram a televisão!”.
“Sim, eu disse-lhe que eram 48 horas”.
“Então vão ligar hôje?!”.
“Deverão ligar até ao fim do dia, sim. É até 48 horas”.
“O quê?!? Eu vou ficar o dia tôôdo sem nada p’rassijtir?!”.
A situação é dramática, mas não é a única. Um pouco mais à frente, há uma mulher que tem outra bem mais complicada.
“Ouça, eu tenho um contrato da Nos na minha casa, mas não está em meu nome. Está em nome de uma mulher que vive na Austrália, e eu quero cancelar o contrato. Há dois meses, disseram-me, aqui na Nos, que tinha que deixar entrar em incumprimento durante dois meses, e só nessa altura é que conseguia cancelar – e pagar a dívida de dois meses de um serviço que não está a ser usado por ninguém há dois meses, porque não me deixam cancelá-lo”.
“Pois, mas nós não lhe podemos cancelar o contrato, apesar de o serviço estar instalado na sua casa. Tem que ser o titular do contrato a pedir o cancelamento e assinar. É uma questão de segurança”.
“Isso é uma perfeita estupidez. Ela foi para a Austrália, não vai voltar, isso não vai ser possível. Além disso, há dois meses disseram-me que era possível cancelar o contrato”.
“Mas não é possível.”.
“Que estupidez. Então, o que vai acontecer? E essa dívida?”.
“Ah, mas não se preocupe. Se não está em seu nome, não tem que se preocupar. Não é você que está em dívida, é essa outra pessoa”.
“Mas ninguém está a usar esse serviço. Porque raio é que tem que ser gerada essa dívida?!”.
“Volte daqui a um mês. Entretanto, não pague, senão o contrato nunca vai ser cancelado. Ao fim de três meses de dívida, já é possível cancelar”.
“E a dívida?”.
“Bem, se quiser mesmo, mesmo pagar, pode pagar em várias vezes. Não precisa de pagar tudo de uma vez”.
“Bom, está bem. Eu volto daqui a um mês. Sempre quero ver o que me dizem daqui a um mês”.
“Então um bom dia para si!”.
“Igualmente”.