Desço a avenida dos restaurantes.
É Domingo, hora de almoço e o tempo está a fazer muitas caretas.
Nem todos estão abertos, e a clientela escasseia.
A grande esplanada do novo largo, a enfrentar o rio metida numa praça espaçosa e bonita, está completamente vazia.
Não há toldos para manter os clientes a seco, mas, para já, não é necessário.
As cadeiras estão molhadas. Não é problema.
Por baixo do rabo vai ficar o saco multi-usos, que anda no bolso para estas ocasiões.
Apesar do bulício típico do local, neste dias e nestas condições há um nível muito razoável de sossego.
A grande notícia de hoje é que o diário de referência voltou, aparentemente, a ter agrafos ao Domingo.
É uma novidade extraordinária. A existência dos pequenos ganchos de metal, que o periódico traz nos outros dias da semana, torna possível a leitura na esplanada, na praia, de pé, só com uma mão…
Jornais desconjuntados e desacertados, com páginas a fugir de um lado para o outro, são a coisa mais odiosa que existe.
Assim, com a digestão tranquila das novas das últimas horas e dos quebra-cabeças que vêm nas páginas próprias, o dia pode finalmente começar.