Era apenas um visitante da casa.
Quando chegava, acolhia-me com o traço central da sua personalidade.
O entusiasmo, a boa disposição, a vontade de dar e receber carinho.
As deslocações a tal domicílio tornaram-se mais frequentes e prolongadas.
O Jeremias mal sabia que, muitos anos depois, o amigo-visitante-residente havia de vir a tornar-se o seu humano número 1, embora a sua mamã o visite ávida e apaixonadamente sempre que se desloca a Portugal, e se adorem um ao outro como no primeiro dia.
A vida de todas as jornadas, noites, horas e minutos, o magnífico tigre que mia passou a partilhá-la comigo e com a sua discípula, a “Gááta!!”.
E, por uns anos, com dois anjos que agora já voltaram ao céu, o Meu Chiquinho e a doce Matildinha.
Jeremias é um gato enérgico e automático.
99,9% das vezes que me desloco da cadeira, da secretária de trabalho, do sofá, da cama, e, em especial, para a casa de banho, tenho instantaneamente o meu felino ao meu lado, a espalhar-se pelo tapete, a ronronar e a pedir atenção. Teleporta-se.
Estando sentado ou deitado no sofá ou na cama, este irresistível “fora-da-lei” estará sempre aconchegado sobre mim, a aquecer-me e mimar-me.
O meu belo lincezinho, além de ser o mais companheiro dos animais de companhia, tem um papel único na minha vida.
Foi o primeiro patudo que conheci de perto, e que, junto com a sua irmã Matilde, me recebeu como se fizesse parte da existência dele desde todo o sempre.
Escreveu empenhadamente a primeira página da minha história de amor com ele, Jeremias, com a meiga Matildinha, com o profundamente amado Chiquinho e com a “Gááta!!”, esse pedacinho (o melhor bocado) de mim.
E desde que nasceu, em Outubro de 2006, já passaram 14 anos.
Jeremias, meu amor, mais uma volta ao Sol! Obrigado, lindo.