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O Chiquinho tem diabetes

Andava a perder peso havia várias semanas, e o caso já se tinha tornado demasiado estranho. Cheguei junto da balança. Quatro quilos.

O mistério mantinha-se. Não havia nada a fazer. Era mesmo preciso avançar com análises.

O fígado está bem, os rins funcionam, a respiração mantém-se normal, todos os parâmetros da composição do sangue se encontram aceitáveis. Menos a glucose.

O Chiquinho tem diabetes. Era só o que faltava. Vai ter que mudar de ração, de patê e de vida: Pela primeira vez em muitos anos terá que tomar comprimidos.

O mais complicado é que não vai poder almoçar e jantar o mesmo que a Amélinha (a “Gááta!!”), o Jeremias e a Matilde, que têm insuficiência renal. Nem eles podem degustar a comida que vai estar no prato dele.

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Até agora, matavam a fome em conjunto, à hora a que lhes apetecesse, de dia ou de noite. Esse tempo acabou.

A partir de ontem, começámos a experimentar novos métodos.

Para já, estou a tentar dar-lhe o tal comprimido directamente pela sua delicada garganta, para não complicar muito mais a bateria de tratamentos que acontecem duas vezes por dia aqui em casa. E a fazer por convencê-lo a gostar do seu novo patê.

Quanto à ração, é outra história. Por enquanto estão a comer três vezes por dia, mas mais tarde o objectivo é que o façam apenas duas, para que o dono possa trabalhar.

Enquanto eles – e eu – nos alimentamos, dois terços do tempo são passados a expulsar cada um deles do prato que lhes é proibido, e a dirigi-los para o comedouro onde têm livre trânsito.

Quando vou tomar banho, deixo as fêmeas felinas na cozinha, com a sua alimentação renal especial. O Chiquinho vai comigo para a casa de banho, eventualmente junto com o seu pratinho.

Nesse caso, o Jeremias terá que ficar nos corredores e no quarto, com a sua desejada refeição. Porque não na cozinha, já que pode comer o mesmo que as suas duas congéneres? Porque é Inverno.

O Jeremias tem uma predilecção por lugares escaldantes, como por exemplo a caldeira da água quente, e se eu o deixasse saltar para junto dela queimaria de novo os pêlos, como já aconteceu várias vezes no passado.

Com este último desenvolvimento, a vida dos meus gatos tornou-se um puzzle em que o encaixe das peças é um perfeito enigma.

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