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Assédio Sexual

Longe do incêndio político que assola Portugal arde uma polémica relacionada com o assédio sexual, a partir do caso Harvey Weinstein e de como estas práticas estão generalizadas em Hollywood e fora dela.

Dos depoimentos de algumas jornalistas e especialistas internacionais ouvidas em estúdio fica-se com a ideia de que todas as mulheres, ao longo da sua vida, já foram vítimas de assédio uma ou mais vezes.

Perguntei a uma pessoa do sexo feminino se alguma vez já lhe tinha acontecido, e a reacção não foi completamente linear. Uma palmada no rabo é sempre assédio sexual? A resposta tendencial será sim.

As tais especialistas televisivas iam ainda mais longe, criticando o facto de alguns homens, em ambiente de trabalho, fazerem observações sobre a roupa e o aspecto exterior das suas colegas.

Poder-se-ia dizer que convém evitar exageros fundamentalistas.

Ao longo da minha vida, assisti a várias situações de assédio, em que alguém, com uma posição hierárquica dominante, tentou de forma sistemática e obsessiva obter favores sexuais utilizando para tal essa mesma autoridade.

É uma situação desagrádavel e desesperante. Para a vítima…

E também para quem quer que tente ajudá-la, o que será sempre extremamente difícil. É uma sensação de impotência asfixiante.

Se uma em cada dez mulheres já tiverem passado por esta situação, é demasiado.

Se nove em cada dez a sofreram, como parece provável, é impensável.

É tempo de deixarmos de viver no século XIX, e passarmos a existir no século XXI.

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