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Há vírus sexuais na ditadura angolana

Há sete cafés e bares abertos ao sábado à noite à volta de Santa Apolónia. O mais agradável e acolhedor é o que tem os melhores preços.

Alguns angolanos e brasileiros falam, muito animadamente. “Épá, as doenças sexuais são uma grande chatice no regime angolano. Os velhos generais riquíssimos gostam muito de dar naquelas miúdas novas e lindas de morrer. Mas querem fazer tudo ao natural, por isso é um problema”.

Os dois amigos observam as bebidas expostas. Estão inclinados para uma boa aguardente velha. As bebidas brancas (whisky novo, vodka, etc.) custam três euros e meio, a Imperial um euro e vinte.

Alerto-os para a existência de aguardente Aliança Velha. Um deles diz que já viu, e explica-me detalhadamente a razão de querer uma aguardente.

Isto são coisas que uma pessoa vai aprendendo com a idade. Quando bebemos um bom vinho ao jantar, depois também vamos querer um bom digestivo. De preferência um conhaque. Ou uma boa aguardente, que, como o vinho, é feita a partir da uva”.

Para combinar”, esclarece o amigo. “Sim, nada de bebidas fermentadas”, insiste o primeiro. Acabam por decidir-se por um Jameson e um Bushmills.

Quem atende é uma rapariga brasileira, mulata, baixinha, magrinha e muito simpática, que parece ter 20 anos. Serve as bebidas brancas com enorme generosidade.

Depois percebe-se que tem uma filha bebé e outra de 10 anos. E que é a companheira do dono do bar, um alemão afável e bem disposto de 50 e tal anos.

Os germânicos comunicativos e divertidos existem, e eu já conheci um monte deles. É verdade que também já estive com alemães (e australianos) que não dão confiança nem mostram os dentes, mesmo depois de estarem connosco na mesma casa e no mesmo grupo de amigos há mais de duas semanas.

Mas contactei, igualmente, com gente da terra dos cangurus ou do país de Angela Merkel que gosta de festa, animação e diversão e começa logo a conversar connosco e a pagar-nos copos mal nos conhece.

Bem como um brasileiro pouco simpático (sim, aparentemente afinal existem), e, ao mesmo tempo, dezenas de brasileiros e brasileiras gentis, conversadores, divertidos e animadíssimos.

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