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A capa cor-de-rosa

Durante 12 horas o meu telemóvel esteve sem receber SMS! Ao fim desse tempo percebi. Liguei à Meo. Fui muitíssimo bem atendido.

Reconfiguraram o aparelho à distância, mandaram-me desligá-lo, tirar o cartão, limpar tudo muito bem, fechar e voltar a ligar. Os procedimentos clássicos.

Foi uma odisseia. É um smartphone de marca branca da Idade da Pedra e nunca lhe tinha feito isso, nem sabia que era possível.

O dispositivo sobreviveu, e o próprio cartão também, embora se separasse em duas metades desavindas.

A capa era do tempo em que os governos diziam que havia austeridade. Já nem era bem uma capa, era um artefacto em transição.

Enquanto abria o telefone, desfi-la sem perceber. No final havia três pedaços, um para cada lado.

Fui ao comerciante indiano ou paquistanês da estação, onde a tinha comprado há uns anos, depois de ter tentado alguns mercadores chineses e lojas dos 300.

O mesmo senhor asiático da outra vez estava lá. O telefone já não se fabrica, a capa ídem aspas. Ia tentar encomendar uma, preta, mas podia demorar semanas.

Já só tinha uma na loja. Cor-de-rosa. Com 50% de desconto.

Era isso ou esperar dias ou semanas.

Só havia uma decisão que fazia sentido.

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