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Os russos gostam de gatos

Já andava a prometê-las.

Primeiro, começou a perder água. Abri-lhe aquela portinhola na parte de baixo, deitou tudo cá para fora e aparentemente ficou bem…

A máquina de lavar roupa mal humorada começou então a fazer barulhos inesperados, cada vez mais bizarros e sombrios.

Da última vez que entrou em acção, estava furiosa. Deitava fumo. Era altura de desligar. E pegar no telefone.

No dia seguinte, apareceram dois russos simpáticos e eficientes. O Jeremias não os largava um segundo. Tive que lhes pedir desculpa.

Lamento, este gato é demasiado sociável.
Ah, nnão faz mmál! Ele deixa fazer festinhas?

Expliquei o óbvio:
Adora pessoas, visitantes, novidades.

Hm, é que há gatos que não gostam de festinhas.

Pois, está a ver ali em cima do armário, aquela tira negra com olhos curiosos e rebeldes? É uma gata. Não estabelece relações com estranhos.

A gordinha linda que está no chão é intermédia. Não é atrevida como o irmão, mas acha graça a desconhecidos com malas grandes e instrumentos misteriosos.

Muito bem. Tambor novo, borracha estragada, bomba inutilizada, resistência para trocar. Pelo menos 320 euros de arranjo.

Certo. Pago a deslocação aos bem dispostos conterrâneos de Putin, agradeço-lhes o trabalho e começo a fazer contas à vida.

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