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Chiquinho, um gato especial

É um ser que se alimenta mais de amor, carinho e atenção do que propriamente de comida ou bebida.

Foi assim há sete anos, quando me saltou para o colo pela primeira vez e tomou posse de mim.

Era assim quando saía para ir trabalhar, ele ficava sozinho em casa 48 horas e, quando chegava, preferia vir amassar-me a barriga em vez de ir comer, apesar de estar cheio de fome.

Continua a ser assim hoje. Quando saio de casa e percebe (e ele sabe sempre) que é por mais de meia hora, fica a olhar-me fixamente com aqueles olhinhos brilhantes, inteligentes, possessivos e carinhosos.

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No Domingo, ia eu almoçar com os meus pais, abriu a boca e juro que ia mesmo, mesmo, mesmo falar.

Quando passei a escovar várias vezes por semana o meu doce e sábio Chiquinho, a Amélinha (a “Gááta!!”), a princesinha cinzenta Matildinha e Jeremias, O Gato Sexual, as reacções variaram, e muito.

O Jeremias, o meu lindo lince-gato-cão, deita-se de lado e põe-se em posições em que não consigo escová-lo.

A Matildinha tem que ser persuadida durante muito tempo, tem que estar sozinha na sua divisão-refúgio, a cozinha, e tenho que usar primeiro o pente, menos invasivo, e só depois a escova, o único instrumento eficaz para retirar o pêlo morto.

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A “Gááta!!” acha que aquilo é tudo uma grande brincadeira, dá os seus gritinhos amorosos e irresistíveis de espanto, protesto e diversão, e só quer é morder o pente e a escova.

O Chiquinho vê esta como uma homenagem especial, um acto de mimo. Quer mesmo que o escove (mas sem estar durante uma enorme quantidade de tempo a fazer isso).

Dure esta operação 5, 10 ou 20 minutos, quando eu vou, em seguida, escovar os outros, exige que eu volte a fazê-lo com ele e deixe os seus “irmãos-rivais” em paz. Mia, mia, mia e volta a miar. Quer mais e mais atenção, dedicada e exclusiva.

Quando passou a ter, pela primeira vez, direito a pedacinhos diários de patê (antes não comia nada mais que ração por casa dos problemas de estômago, agora ingere esta pasta especial precisamente para apoiar a sua função intestinal), o Chiquinho experimentou momentos de indescritível felicidade.

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Afinal, havia sete anos que comia ração, apenas ração e nada mais que ração. Quando chega a altura deste petisco, mia, mia e re-mia, antes e depois. Só não o faz durante por razões óbvias.

Mas é a tal coisa: Este é um ser que se alimenta, basicamente, de carinho e amor. No outro dia estava à pressa, fiz a medicação para todos os meus gatos, mas não tive tempo para lhe dar o seu “brinde”, que já provara de manhã.

Sabia que ficaria triste, até porque o tal petisco é, também, uma atenção específica, e esse aspecto não é de desprezar. Assim que acabei de dar a medicação aos outros, peguei-lhe ao colo.

Andei com ele pela casa, dei-lhe beijinhos, fiz-lhe festinhas, disse-lhe algumas palavras carinhosas. Nem um único miado de protesto.

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O que ele gosta mesmo é de sentir que é único para mim, que domina por completo o meu coração. A partir daí, está tudo bem. E a verdade é que não tem mesmo que se preocupar…

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