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“Não era pão, era um galão”

Saio de casa com o tempo bem cronometrado, para fazer duas linhas de metro e chegar a tempo. Já no local, volto a verificar as minhas notas e percebo que o compromisso é só daí a uma semana.

Repito as duas linhas de metro e chego de novo à minha zona. Para não dar a tarde por perdida, aproveito para ir comprar pão.

À saída do supermercado, há um homem que me pede dinheiro. Ofereço-lhe o pão. Diz que não quer. Ao lado, há outro que aceita rapidamente o saco com dois pães.

Entro no supermercado, para repetir a compra. Vejo o homem que recusara o pão. “Não era pão, era um galão”. “Ah, OK. Sirvam aí um galão, se faz favor”.  A padaria do supermercado está a atender com alguma rapidez, mas o resto do estabelecimento encontra-se à cunha e com filas.

Passo pelas sete mercearias indianas que existem no espaço de poucas centenas de metros. Perto da estação e dos turistas, os produtos custam o dobro se comparados com os de outras lojas indianas a um minuto de caminho, mesmo que nestas já peçam duas vezes o que é cobrado no supermercado.

À porta da minha casa, cinco euros por um pacote de cajus. Um pouco mais acima, e mais longe do local de concentração dos turistas, a quinta loja indiana a contar da estação tem preços mais simpáticos. Mas só tem frutos secos a partir da próxima semana.

Mais uns metros, a subir. Há uma “loja de um euro”, aparentemente em tudo igual a todas as mercearias indianas.

Pesquiso por ali dentro e encontro uns pacotes de “cacahuetes”, amendoins, de 200 gramas, em cujo pacote se lê a palavra “Jumbo”, mas que parecem mais baratos do que os do Jumbo ou do Continente. Custam um euro. Afinal o tempo não foi totalmente perdido. Já tenho sobremesa para o jantar. Por um euro.

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