by

As férias da pandemia

Quando nos mandaram marcar as férias, a meio de Março, conseguia pensar em tudo menos nisso.

Coloquei três semanas soltas ao calhas, que depois tive que alterar várias vezes porque me esqueci de mandar o ficheiro, e tirei daí a ideia.

O início da semana de descanso foi estranhíssimo, como tudo é agora.

Fui duas vezes ao Sul da Margem Sul mandar tratar do carro, o arranjo custou os olhos da cara e foi porque estava sentado.

Fiz meia dúzia de caminhadas de quatro horas, rumo ao Cristo Rei, pela sua serra acima (o caminho inclui quatro longas subidas tipo “parede”), ou a caminho da Costa da Caparica.

Fui a um Festival de Cinema Brasileiro de graça, graças ao investimento público local, primeiro comunista e depois socialista, na cultura.

Estive com os meus pais num Parque Natural na Margem Sul, com distanciamento social e máscaras.

Tive uma ou outra jantarada, bastante enfeiramento na Feira do Livro, alguma copofonia e também a mistura de parte dessas actividades.

No antepenúltimo dia de férias, decidi que sete meses sem ir a um desses comuns cinemas, tipo shopping qualquer coisa, é muito tempo.

Ganhei coragem e fui ver dois filmes (excessivamente comerciais) no mesmo dia.

Era algo de que estava a precisar, muito, tal como destas “férias”.

Agora, o pré-pós-re-desconfinamento continua.

Write a Comment

Comment