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O Chiquinho ganhou uma nova dieta!

Mascava, mastigava e voltava a remoer, como se tivesse uma pastilha elástica na boca. Além disso, o Chiquinho tinha uma pequena ferida numa pata.

 

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Enquanto isso acontecia, o Jeremias foi à casa de banho sete vezes seguidas, sem pausa. Impunha-se ir ao veterinário no dia seguinte.

A minha Doutora depilou cuidadosamente a barriguinha do Jeremias, fez-lhe uma ecografia improvisada e tentou, em vão, extrair-lhe urina para análise.

Com sete idas seguidas à casa de banho, concluiu-se que só podia ser infecção urinária. Tomou antibiótico, anti-inflamatório e analgésico de efeito prolongado, para duas semanas. Um ou dois dias depois já estava bem.

Com o Chiquinho, a situação envolveu um certo susto. A patinha foi desinfectada e levou um penso, muito bem feito pela minha Doutora. As mastigações tinham a ver com um problema de estômago, ou de intestinos.

Os arranhadores de cartão que estiveram cá em casa quatro meses fizeram um gigantesco sucesso. Os quatro gatinhos adoravam-nos absolutamente.

Nessas pequenas plataformas de papelão rígido, e com elas, faziam tudo o que pudesse passar pela cabeça. Além de as destruírem e engolirem os pedaços, por mais que o seu humano os tentasse impedir. Essa podia ser uma das razões para o problema.

Já se falava numa complicada e dispendiosa ecografia, e até no risco de uma operação. Toda a gente sabe como isso é desagradável, desaconselhável e dispendioso para um gatinho que já tenha cerca de uma década.

A outra razão possível seria o facto de os quatro pequenotes comerem ração para insuficiência renal (porque três sofrem dela), e o Chiquinho talvez precisar de uma alimentação mais adequada para ele, já que tem, desde sempre, algumas fragilidades estomacais.

Este pequeno, adorável e doce príncipe de quatro patas fez então um tratamento de três semanas, e passou a ter direito a duas doses diárias de comida húmida gastro-intestinal.

Com isto, e com a existência do penso na sua pata, o Chiquinho tornou-se ainda mais conversador, comunicativo e preocupado em exteriorizar as suas emoções do que já era desde o início dos tempos.

Antes, durante e depois de ingerir os pedaços do petisco húmido (até porque sempre comeu unicamente ração e nada mais que ração, também por causa dos seus problemas de saúde), mia, mia, fala, conversa e manifesta-se, excitado e eufórico com esta variação no seu menu.

Enquanto andou com o penso, mostrava-se também ainda muito mais carinhoso, carente e exigente de miminhos e atenção do que em todos os dias normais – nos quais já o era.

Quando fomos mudar o penso, ficou sozinho no gabinete comigo e com a minha Doutora. Confia tão incondicionalmente em nós que, comigo a segurá-lo por trás assertiva e carinhosamente, e com a Doutora a agarrá-lo à frente com uma só mão, manteve-se calmo, tranquilo, praticamente imóvel.

A Doutora conseguiu colocar-lhe o novo penso só com a outra mão. Quando se retirou definitivamente a mini-ligadura, dias depois, ficou com aquela patinha branca, em vez de preta, e sem pêlo nessa zona, tornada por isso especialmente frágil.

Umas semanas depois, o pêlo começou a crescer, lentamente, e a patinha tornou a escurecer, devagarinho. Deixou de se lamentar de todas estas perturbações.

Mas as manifestações emocionais, eufóricas e estridentes, na hora da nova refeição especial, mantiveram-se. A consequência positiva dos desarranjos intestinais é que finalmente passou a ter direito a um miminho alimentar especial!

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