“Não tem nada a ver com isto! Vá-se…”

A mulher, que já foi homem, está ofendida e magoada com a violência verbal que se sente nas palavras do seu irritado interlocutor. Ele continua a atacá-la com frases iradas. Um homem de camisa de manga curta, alto, barrigudo, com aspecto informal mas cuidado, mete-se no meio da discussão. Diz-lhe para deixar a mulher em paz. Ele não reage nada bem.

Ao princípio nem se percebe grande coisa do que diz, apenas o estado de espírito agressivo. Mas não gostou que viesse alguém de fora intervir. Um terceiro participante vem explicar ao defensor da mulher que ele não tem que falar, porque não tem nada a ver com o assunto.

O tipo da camisa continua a defender a vítima da agressividade expressa em frases, mas fá-lo com grande calma e tranquilidade. Talvez trabalhe ali perto, ou talvez não… Nem mexe os braços, ou as mãos, apenas os lábios, a língua e os olhos, ao contrário dos seus dois adversários.

Não o perturba, de todo, o diálogo bastante intenso mas muito educado (da parte dele) com dois homens que vivem na rua, olham a realidade com algum exagero e radicalismo, e, no caso de um deles, um condimento alcoólico visível naquele momento.

Passa um quarto interveniente, que trabalha ali, e manda o que está sóbrio, de rabo de cavalo, baixar o tom de voz e acalmar-se. Minutos depois, aquele que iniciara toda a situação ganha novo fôlego e o seu discurso torna-se mais perceptível. Vira-se para o homem civilizado e paciente de camisa de manga curta e diz-lhe: “Vai para o C.!”.

O visado mantém a mesma pose, não perde a calma, continua sempre a falar e a responder, até os dois irritados desistirem e lhe virarem costas.

Viver para os outros

Foi difícil voltarmos a falar, depois do Inferno que foram os seus dias mais recentes. Dedicou estes últimos anos a tornar mais aceitável e suportável a existência de alguém que tinha perdido a generalidade dos prazeres da vida, e que dependia dos outros para tudo.

Agora, chegara a Hora. Tinha que tratar das disposições finais, e dos pormenores macabros que tentamos, a todo o custo, manter sempre bem longe de nós. A meio da viagem de 200 quilómetros, pressões, à distância, do centro de saúde local. Era preciso que chegasse depressa, para autorizar a deslocação, por causa do calor…

Avisar a família, convocar toda a gente para as cerimónias, tratar do último conjunto de roupa, do derradeiro calçado, ficar algumas horas na casa antigamente habitada, agora vazia e sombria, tendo por companhia apenas uma revista.

Quando, depois desses momentos marcantes, nos voltamos a cruzar ao telefone, a voz é a de sempre. A mesma calma, a serenidade habitual. Diz-me que, com o tempo, vai ficar bem. É preciso deixar os dias passar. Pergunta, com preocupação, como estou, se preciso de alguma coisa.

Sem saber o que dizer, começo a falar de algo que nenhum de nós domina ou celebra com particular entusiasmo. Futebol.

Que uma das familiares com quem falara estava muito triste, porque tinham batido no Ronaldo. Eu confirmo que sim, que lhe deram com força, para ganharem o jogo.

Que outra pessoa tinha considerado surpreendente o tiro de Éder, impossível de defender. Eu respondo-lhe que, reza a lenda, o capitão lesionado encomendou o trabalho ao colega: “És tu que vais marcar o golo, por mim e pelos portugueses”. Foi o que me pareceu ouvir, da boca do herói atlético e certeiro que salvou as Quinas, mais tarde, na conferência de imprensa.

Quer saber, mais uma vez, se está tudo bem, o que tenho comido. Diz que está a fazer sopa, e que já tem os tupperwares quase prontos para mim…

Há um punhado de pessoas no mundo que, mesmo nas horas mais negras, pensam em tudo menos em si mesmas. A única coisa que as preocupa é o bem estar e a felicidade dos outros, sejam os mais próximos ou os outros seres em geral. A pessoa mais importante da minha vida é uma delas.

“Sou muito boa, procuro um homem”

Cinco minutos antes já lá estou, de copo na mão, na esquina. Mas o café está muito cheio, decidimo-nos pela casa do Vítor. Lá vamos, de sacos na mão, depois de passarmos pela mercearia indiana.

Sentamo-nos. Meia hora depois, ficamos sem o capitão, que não resiste às pancadas fortes e certeiras do adversário e acaba por sair de maca. Chegamos ao fim da primeira parte sem golos.

Guerra de nervos, até ao final dos 90 minutos. O Francisco e o Vítor discutem se o capitão reagiu bem ou mal ao facto de não ter podido continuar a jogar. Eu e a Manuela vamos apanhar ar, até ao café, a um metro do prédio. Voltamos e começa o prolongamento.

Os minutos passam, sem golos… Até que surge um herói atlético, estiloso, por entre a relva escorregadia e irregular, dispara uma bala distante, quase impossível, acerta na baliza e pulveriza as esperanças francesas. Somos campeões, a festa vai começar.

Prossegue o debate entre os dois amigos, sobre a qualidade do futebol luso e francês. Nas ruas da Baixa, é a loucura. Mais umas voltas, mais umas discussões sobre a circularidade da bola, damos a celebração por terminada, eles vão para baixo, eu vou para cima.

 

“Ai, desculpe!!”

 

A seguir ao miradouro de Santa Lúzia, à minha frente duas moças jovens, 20 e tal anos. Uma de t-shirt e calças de ganga, outra com uns pequenos calções, ou uma reduzida mini-saia, não se percebe.

Elas aos zigue-zagues, eu tento sem grande sucesso passar pelo meio das duas e reduzo o passo. A de calças de ganga canta alegre e entusiasticamente: “Sou muita boa, procuro um homem, tenho uma grandas mamas, come-me toda”. Contenho o riso e volto a tentar passar por elas.

A cantora assusta-se e pede desculpa. “Tudo bem, não há problema”, respondo. Consigo passar, avanço, deixo-as para trás, elas a rir audivelmente, eu a dar gargalhadas por dentro.

Antes da Graça, um grupo de adeptos vê o cachecol verde e encarnado e pergunta se sou mesmo português ou um francês disfarçado, para não ser atacado. Procuro parecer o mais lusitano possível, o que no meu caso não será difícil, e respondo que sou “totalmente português”.

A seguir aos Sapadores, um homem e a música que sai do seu telemóvel conseguem fazer mais barulho do que uma multidão de 50 pessoas e quatro ou cinco televisões ou aparelhagens estéreo. Fico espantado a olhar e depois avanço.

Em casa, informo os meus gatinhos de que somos campeões e eles ficam muito felizes com a minha alegria. Eu e os meus quatro companheiros peludos vamos para a cama e adormecemos. Nenhum deles me sussurra aos ouvidos algo como “Sou muita boa, procuro um homem, tenho umas grandas mamas, come-me toda”.

Agora já não importa

Os quatro telefones tocam quase ao mesmo tempo, não pode ser coisa boa. Atendo, confirmo isso mesmo e sou informado e esclarecido. E fico a pensar…

Trabalhou a vida toda, fora daqui, para se sustentar e ajudar a mãe e a mais de meia dúzia de irmãos. Alguns só tiveram tecto graças à sua intervenção. Ergueu a sua casa, no seu terreno, para que no futuro pudesse viver em paz, sossego e tranquilidade.

Durante a sua vida activa, trabalhando e vivendo longe, terá gozado alguma felicidade e liberdade. Há fotos suas, de ar divertido e malicioso, praticando nudismo, coisa muito incomum na época.

Nunca quis casar nem ter filhos, achou que estava melhor assim e que não precisava que lhe aquecessem os pés. Sempre me recebeu, a mim e a toda a família, ao longo da vida, para ficarmos instalados as semanas ou quinzenas que quiséssemos, sem aceitar o que quer que fosse em troca.

Prezava acima de tudo o silêncio, que respeitassem o seu espaço e não a chateassem. Para isso serviam aquela casa e aquele terreno, pagos com o suor de muitas décadas de sacrifícios. Depois de se retirar do mundo do trabalho, isso ainda aconteceu durante algum tempo.

Mas as suas previsões e desejos não se concretizaram. Diversas doenças de vários tipos lhe declararam guerra. Duas delas, com consequências muito mais graves e profundas. Roubaram-lhe a mobilidade e a autonomia, muito mais cedo do que seria de esperar. Perdeu, pelo menos em parte, a noção do mundo e da existência à sua volta.

Eventualmente consciente de tudo isso, talvez tenha desistido. E quem somos nós para censurar… Obrigado pela hospitalidade desinteressada e principesca, totalmente disponível ao longo de todo o ano durante quatro décadas e meia, em local mais que paradisíaco. Pelos cozinhados específicos e dedicados, pela simpatia, generosidade e boa disposição, pelo sorriso maroto e bem humorado. Descansa, agora que já nada disso importa ou existe para ti.

Fugiu da guerra e dormiu na rua. O filho já é quase Mestre em Economia Internacional

Chego ao meu destino às 05H50 da manhã. À porta, três pessoas, à minha frente. É um dia bom, na Loja do Cidadão. Costuma estar mais gente a esta hora. Há um português que viveu na Suíça, uma russa que mora em Portugal e uma refugiada cabo-verdiana dos conflitos políticos africanos da década de 1990.

Começo a ler, de pé, A Jovem Guarda, de Alexandre Fadéiev. “Gosta do livro?”, pergunta a mulher loira, olhos azuis, cinquenta anos e picos. Surpreendido, respondo que adoro literatura russa, e que esta é uma obra com uma marca ideológica forte, oriunda dos tempos do império soviético. Isso não parece incomodá-la de todo.

Comenta que, com ou sem ideologia, o livro mostra o enorme patriotismo e sacrifício dos russos perante o regime nazi. Conversamos acerca de Vida e Destino, de Vassily Grossman, e As Indolentes, de Jonathan Littel, os dois também sobre a segunda guerra mundial.

A mulher russa, casada com um português, e cuja filha vive na Rússia, diz que é preciso recordar o que aconteceu na época de Hitler. É necessário evitar o esquecimento dos crimes do regime nazi, porque aquilo que sucedeu há meio século pode bem repetir-se.

Tem gravados na memória os testemunhos dos pais, avós, familiares, descrevendo os horrores da ocupação nazi. A mulher simpática de olhos claros, transparentes e sonhadores garante-me que adora Vladimir Putin, o Presidente da Rússia.

Diz que a economia russa tinha sido destruída e ele levantou-a de novo. Explica as razões que, do seu ponto de vista, justificam totalmente a actuação militar russa na recente guerra da Ucrânia. Diz que o que aconteceu na Crimeia foi “uma grande confusão”, a Crimeia sempre foi russa, nunca deixou de o ser.

 

As bombas de Putin

 

Pergunto-lhe sobre as bombas de Putin na Síria. “E a situação não melhorou? E os refugiados começaram a vir antes ou depois dos bombardeamentos russos?”. Nesta altura, a mulher negra e gentil do nosso lado esquerdo, terceira na fila, mete-se na conversa e diz que os bombardeamentos são uma coisa horrível. Fico a olhar para ela interrogativamente.

Da boca da figura alta e amável desta cabo-verdiana de formas elegantes e generosas vão saindo aos bochechos relatos da década de 1990. Foi apanhada pela guerra civil guineense naquela época. Viu as bombas e os estilhaços cair dentro da casa onde se encontrava.

Esteve na embaixada, sem comida nem água, a ouvir as explosões  e os tiros. Veio de barco e de fragata para Portugal, graças à ajuda do governo português, que salvou parte das pessoas que fugiam do conflito.

No meio dos refugiados dessa guerra africana, havia bebés. Bebés na embaixada, no barco pequeno, depois na fragata, bebés que chegaram a Portugal e aos quais não sabe o que aconteceu mais tarde, embora ainda os tenha procurado durante meses. Chegou a proteger a vida de alguns com o próprio corpo. Colocou-se por cima e pensou: “Se vier outra bomba, paciência. Eu fico mas ele vive”.

Em Portugal, ainda dormiu na rua, mas foi salva por um trabalhador da construção civil, que lhe ofereceu durante várias semanas, sem pedir nada, a cama dele (instalando-se no sofá), para ela e o filho, e a ajudou a encontrar casa e trabalho. Arranjou emprego num café, deu no duro, conheceu uma patroa que lhe possibilitou comprar casa, servindo de fiadora, e ajudou no recheio. O filho já é licenciado em relações internacionais, e está a fazer o mestrado em economia internacional.

Oito e meia da manhã. Abre a Loja do Cidadão.

“Estamos lixados. Não saímos daqui vivos”

“Estamos f. Estamos lixados. Já não conseguimos sair daqui”. Era o que gritava aquela figurinha mínima, minúscula, que nadava, desesperadamente, ao meu lado. A minha meiga priminha estava quase a entregar os pontos. Eu, ligeiramente mais velho, achava que ainda era muito cedo para isso. Conhecia bem aquele mar caprichoso da Zambujeira, mas o problema, ali, é mesmo quando achamos que sabemos tudo sobre as imprevisíveis malhas de Neptuno. Restava saber quem teria razão, ela ou eu.

 

Foi só a aventura mais desafiante que vivemos, naqueles anos de pura inocência, liberdade total e nenhuma responsabilidade. Os outros episódios foram mais doces e menos dramáticos. A miúda, que já tem dois filhos, incluindo uma carinha roliça e brilhante ainda mais espevitada do que ela era, lembrar-se-á para sempre d’“O Amor e uma cabana em versão primos”. Íamos para os pinheiros ao lado da casa, no Malavado, e construíamos a dita edificação, com o que apanhávamos pelo chão. Lá dentro, passámos os nossos momentos da mais irresistível infantilidade, da mais invulnerável e pura felicidade dos putos que éramos.

 

A miúda adorava que o meu pai lhe desse pescoçadas: O vocábulo aplicava-se quando o “Tio Beto” ia ao banho, na Zambujeira ou na Fonte da Telha, e a levava às cavalitas. A gaiata passava os tempos da vida dela quando se deslocava para uma estival temporada em nossa casa. Fazia tudo aquilo a que os pais nunca a convenciam. Como comer e beber às refeições. Havia nisso o dedo indubitável da minha sábia e experimentada mamã…

 

Isso leva a que hoje esta moça alegre e bem disposta, que me lembra constantemente de que sou o seu melhor amigo, também fale a toda a hora de três coisas… O pão às janelinhas (cubos) que a minha mãe lhe servia ao lanche, o queijo de forma igual que vinha com o pão, e o leite com Nesquik, em copo de plástico da Tupperware, com palhinha grossa e dura do mesmo material. Foi a maneira que a “Tia Bia” arranjou para ela tomar sempre alegre e divertidamente o pequeno-almoço e o lanche da manhã e da tarde… E guardar uma memória eterna.

 

Décadas depois, eu e a miúda trabalhámos juntos. Ríamo-nos que nem uns perdidos. Criticávamos muito, nesse tempo pré-austeridade, aquelas “semanas esquisitas”, que só tinham um – ou nenhum – feriado. Queríamos as “semanas normais”, as que tinham, pelos menos, uns dois feriados ou pontes (hoje em dia, essa espécie “normal” está definitivamente extinta).

 

Estive lá em casa no outro dia. Festejávamos o aniversário da mamã dela, e celebrávamos a Vida. Olhávamos, gulosos, para os bolinhos e os quadrados de pão e queijo na mesa. E, evidentemente… Para os macarons de Nutella! O essencial não mudou, miúda.

Salvou-os. E dará a vida por eles

Transexual, toxicodependente, mulher sem abrigo, T. tem três amigos na vida. Chamam-se Pipo, Petra e Franjinhas. A pastora-alemã e os dois rafeirinhos davam a vida por ela. Ela saiu de casa para poder continuar com eles, e ainda não iniciou o tratamento contra a toxicodependência porque só o fará quando souber que eles estão alojados, seguros e tranquilos durante todo o processo de terapia, de um ano.

Foi despejada quando o seu senhorio deixou de aceitar animais, e, com os três cães, não conseguiu ser aceite em mais nenhum lugar, fosse ele casa, quarto ou abrigo para pessoas que vivem na rua. Rita Dias, professora, voluntária da paróquia de Oeiras-Caxias, conheceu em Janeiro este ser humano que nasceu como homem mas sempre se sentiu mulher.

Espantou-a ver uma pessoa em absoluto processo de decadência, com três cães lindos, limpos, de pêlo brilhante, impecavelmente tratados. Disse-lhe que iria fazer tudo para encontrar um lugar para os três animais (aos quais a Animalife assegurará ração e apoio veterinário durante todo o tratamento, como já faz atualmente) durante os 12 meses de internamento.

Desde Janeiro que esta voluntária, dedicada a causas sociais quando não está a dar aulas de História, passa os dias ao telefone com incontáveis instituições oficiais ou privadas do país. Para acelerar o internamento da T.: Segundo os psicólogos e médicos que a avaliaram, está em risco de vida iminente.  E para encontrar uma solução para os três amigos incondicionais desta mulher, condição sem a qual ela não se tratará.

Disposta a morrer

T. está disposta a morrer se ninguém encontrar uma solução para o problema dos seus animais de muita estimação. O que se tem revelado impossível, porque as associações, os canis e a Casa dos Animais estão sobrelotados, e o recente surto de esgana veio tornar tudo muito mais difícil.

Graças aos intensos esforços burocráticos e à persuasão de Rita, T. já fez todos os exames, foi à entrevista, conseguiu ser aprovada e admitida para iniciar o tratamento. Uma semana de desabituação na unidade de tratamento do Centro das Taipas (no Hospital Júlio de Matos) e um ano de terapêutica e reinserção, na comunidade da associação Erguer, em Palmela.

Pode ser chamada a qualquer momento para iniciar o tratamento, que deverá começar, no máximo, no final de Julho… Mas só aceitará se, até lá, os seus três melhores amigos já tiverem um lar adequado e seguro.

O preconceito e discriminação de que é alvo generalizadamente (incluindo da parte de agentes da autoridade e até mesmo de pessoas envolvidas em acções de solidariedade), a preocupação com a sua situação e a de Pipo, Petra e Franjinhas levaram a que tentasse, há duas semanas, suicidar-se.

Tentaram matá-los

Por duas vezes, alguém meteu vidro na ração dos seus patudos, para fazer mal a esta família canina e humana. Ela detectou a tempo. Os seus companheiros estão vacinados, desparasitados, registados, chipados, não lhes faltam quaisquer cuidados veterinários: Não se importa de não comer para assegurá-los.

A ligação que os três têm com T. é “impressionante”, nas palavras da professora-voluntária. A dona tem medo que, com a separação, morram de saudades…

Rita garante que o tratamento só terá hipóteses de sucesso se T. souber que os três estão bem. A relação é umbilical. Conheceu Petra, bebé, ferida, atirada para dentro de um vidrão para morrer. Salvou-a, acolheu-a, comprometeu-se a protegê-la para sempre. Petra decidiu que faria o mesmo por ela.

Além dos seus três cães, T. ainda dá comida e água a outros dois, que têm o azar de lhes ter calhado um dono que os maltrata, e vivem perto do sítio onde ela dorme. Anda sempre com um garrafão de água, para hidratar estes cinco amigos e os que aparecerem.

Quando está a ressacar, desesperada e cheia de dores, não vai comprar droga. Primeiro, desloca-se ao Pingo Doce para ir buscar ração.

Este ser humano invulgar pode morrer. Procuremos uma forma de salvar estas quatro vidas. Se tiver alguma sugestão de solução ou se puder ser família de acolhimento temporário, contacte o e-mail Geral@Animalife.pt.

“Ele está doente, mas não tenho dinheiro para os medicamentos…”

Ir à farmácia nas próximas semanas pode não servir apenas para resolver os nossos problemas de saúde… A Animalife, em conjunto com o grupo de farmácias ADDO Pharm, está a fazer durante este mês de Julho uma recolha de produtos de saúde animal nas farmácias aderentes, ajudando desta forma os animais que apoia.

A campanha Farmácia Solidária é a primeira do género em que participa a Animalife, e também a primeira conhecida com o objetivo de apoiar animais. Os artigos de saúde que forem recolhidos vão ser, depois, distribuídos pelas famílias carenciadas e pessoas sem abrigo que a Animalife apoia (ajudando a prevenir o abandono dos seus animais de estimação), e por centenas de associações nacionais de recolha e proteção animal.

Muitas vezes, a saúde destes companheiros de quatro patas é frágil, nomeadamente a dos que foram abandonados, maltratados ou cujas doenças não foram devidamente acompanhadas. As associações de proteção animal não têm, infelizmente, capacidade para pagar os medicamentos de que os seus animais precisam.

Nos casos em que estes sofrem de doenças crónicas, a falta de medicação leva a que enfrentem sérios riscos de morrer, além de se encontrarem em sofrimento constante.

Graças a esta campanha, é possível ajudá-los. Consultando na farmácia a lista dos produtos necessários e comprando-os, ou levando de casa produtos dessa lista, que estejam em boas condições e dentro da validade.

Objectivo: Salvar a vida de milhares de animais e criar mais qualidade de vida para os que estão com as pessoas sem abrigo, famílias carenciadas e associações.

As farmácias aderentes estão aqui neste link:

http://goo.gl/M0JgvQ