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Como é que foste arranjar isso, tontinha?!

Grita, rebola, contorce-se na marquesa. Odeia que lhe mexam, que lhe façam análises, que a obriguem a fazer o que quer que seja.

E a manhã já começou há um bom bocado. Saímos de casa às oito, chegamos às oito e meia, na esperança utópica de sermos atendidos logo, mas há sempre algum imprevisto quando se entra.

Feitas as análises, chega a notícia que me deixa abananado. Não só o meu menino Jeremias e a minha menina Matilde têm, há anos, insuficiência renal, além do corona vírus que lhes foi transmitido pelo meu Chiquinho.

A Amélia, esta pequenita-péste-fofa-bebé-luz-dos-meus-olhos, também sofre da mesma insuficiência renal. Com menos de quatro anos, uma idade ainda mais estúpida para enfrentar essa patologia.

Bem, é uma doença chata e desgastante para os felinos que lidam com ela, para os seus donos e para as respectivas carteiras. Mas há casos de gatos que chegam a uma idade bem respeitável para um ser ronronante, apesar de viverem com esta condição.

Também é verdade que, daqui a cinco minutos, eu posso ir a passear tranquilamente pela rua e levar com um Boeing 757 em cima dos pirulitos. E depois disso, puf, acabou-se, já não há preocupações nem felicidade.

Uma coisa é mais que certa. Se os quatro miaus cá de casa já levam diariamente com doses industriais de festinhas, miminhos, beijos e abraços – os poucos que deixam, claro – a partir de agora ainda vai ser pior! Todos eles, nomeadamente a Amélia (Aliás, a Gáta, verdadeiro nome desta péstinha) ainda vão ficar com o tempo mais ocupado no que toca a mimos do dono. É que nunca sabemos quando é que o tal avião vai passar… Daqui a cinco minutos?

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