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Um grande ser humano, um pequeno ser humano ou um médio ser humano?

“Era um grande ser humano”… O que será um grande ser humano, por oposição a um pequeno ser humano, ou a um médio ser humano? Alguns escritores eternos (Tolstoi…) estavam preocupados com este problema. O homem que escreveu “Guerra e Paz” e “Ressureição” chegou a conclusões: Pensamos sempre que um ser humano é bom ou mau, inteligente ou estúpido, cheio de energia ou apático… Mas isso não é verdade, diz ele. O que acontece é que somos mais vezes bons do que maus (ou o contrário), mais frequentemente espertos do que parvos (ou o avesso disso), mais constantemente hiperactivos do que pasmados (ou a contradição dessa hipótese)…

 

Quer dizer que todos temos as mesmas qualidades e defeitos comuns à Humanidade, afirmava ele, e vamos mostrando mais umas e outras, nos diferentes ramos e folhas que compõem a árvore da nossa existência… Podemos manter-nos iguais durante muito tempo, e depois transformar-nos de repente, e também podemos andar em constantes alterações interiores.

 

É claro que a melhor maneira de contornarmos isto tudo e nos tornarmos unicamente e eternamente bons é deixarmos o mundo dos vivos! É que, na verdade, são quase inexistentes os mortos maus… Quando nos despedimos do Planeta, somos sempre grandes homens ou grandes mulheres. “Era um homem  extraordinário!”, “Era tão boa pessoa”, etc, etc…

 

No dia-a-dia normal, no quotidiano das horas banais e vulgares, seremos sempre bons e maus, estúpidos e parvos, generosos e semíticos e por aí fora. Isto mesmo sem acreditar, ao contrário do chefe de todos os católicos, que existem muitas pessoas que tratam principescamente os bichos e pessimamente os humanos, por exemplo. Custa a crer nessa possibilidade, embora muita gente diga, por exemplo, que Hitler adorava animais e criancinhas (loiras, alemãs e totalmente brancas).

 

De qualquer maneira, quando vemos alguém que abdica da sua vida e conforto diariamente para se sacrificar por um familiar doente que mais nenhum membro do clã quer ajudar, por exemplo, não conseguimos admitir a possibilidade de que essa pessoa seja, noutros momentos da sua breve passagem por aqui, um elemento mau, ou avarento, ou mesquinho… Aí está uma hipótese para caber na categoria de “um grande ser humano”…

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